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  • Foto do escritor- Flávio Prates

Conversa Poética com M.J.

Junho de 2018, Trancoso, Porto Seguro, Bahia, Brasil.


-- Mergulho em textos, escritas, reflexões...

Volto a tona com você na cabeça

E agora José?

O que pensar? O que fazer com tudo isso?

Mergulho de volta aos textos e estudos e...

Novamente a superfície teimosa e desobediente torna a me puxar

E agora M.J.?


-- Não tinha a intenção de gostar de você

Não tinha a intenção de ficar com você

Também não tinha a intenção de escrever sobre você

E aqui estou.

Me perdendo em versos, tropeços e acertos

Andando distraido na rua

Enquanto penso no samba que você cantou.

Perdidos em pensamentos de um show que você deu e a plateia não era eu

Não tinha a intenção de te curtir

Simplesmente aconteceu

Como quase sempre

Você e eu numa noite de luar (ou duas)

Perdidos num universo sem volta

coração acelerado, perdido...

achado...

Atos sem volta nem revolta

Não tinha a intenção de cativar

Mas cativou...

A agora M.J.?

Como você lida com isso?

Ouvindo Noel, Bethânia, Chico ou Gil?

Ou seria ouvindo Adoniran, Alcione ou Diogo com samba no pé?


--E agora?

Você que faz versos...

Que ama, protesta...

Com a chave na mão quer abrir a porta

Não a porta...

Que morre no mar

O mar secou...

Quer voltar pra Minas

Minas não há mais

Sozinho, no escuro igual bicho do mato

Sem parede nua para se encostar

Sem cavalo preto que fuja a galope

Você marcha...

José...

Para onde?


-- Depois da despedida

Antes da partida, do adeus

[final.

Um reencontro um tanto

[louco

Agora, tão a vontade que não existe timidez

Não existe medo

Depois de uma despedida

O reencontro é ainda melhor e mais louco.


-- Se a porta não abre

Se a janela não é

[possível

Ele não se precipita.

Caminha... Apenas caminha

Sem rumo

Sem direção, José caminha

Em direção a um coração aventureiro...

Uma porta fechada

Uma janela difícil nunca parou um coração

Nunca parou um desejo

Nunca parou a emoção

Que invade quartos, salas, cozinhas

Banheiros e até sua cama

Lhe trazendo lembranças

Nos fazendo rir sozinhos

Atoa...

Enquanto aquele cheiro te teletransporta para uma noite...

Iluminada pela lua que te dei.


-- Não consigo falar mais

[nada.

Apenas sinto a tua presença no silêncio que me cerca

E desperta de um sono profundo.

Aonde andei?

Acordei de um sono longo de uma noite fria.

Acordei feliz depois de muito tempo dormindo.

Acordei sorrindo.

Acordei a não dormi mais

Acordei e pensei que hoje até eu queria ser eu

Acordei com olhar estrangeiro,

Olhando tudo como se fosse a primeira vez.

Acordei feliz de enfim gostar de ser eu.

Acordei com teu cheiro como perfume

E sai feliz, pois este cheiro não sai de mim.


-- Acordamos estrangeiros em nós mesmos e fora de si

É estranho estar feliz sem motivo

É estranho viver como nós mesmos

É estranho escrever poemas de amor

É estranho escrever poesias cotidianamente suas...

É estranho ouvir Noel Rosa e saber que não lhe verei mais...

Hoje...

Tudo seria estranho se eu não me apaixonasse por

[você

Tudo é estranho e normal

Ao mesmo tempo em que a lua brilha n'alta noite

E nós?

Perdidos em beijos infindáveis e afagos e carinhos

Perdidos em contos e sambas

Shows e sons

Perdidos... em sabores...


-- Da janela da van ele sente o vento na nuca.

Arrepio...

No fone aquela música do Caetano.

Lágrimas escorrem dob os óculos escuros de lentes riscadas

A cada paisagem enquadrada pelos vidros das janelas,

Os coqueiros e tamarindos ficam para trás...

A cada lembrança, a falta do beijo do menino que lhe iluminou a alma.

A música muda, Caetano segue cantando.

Mas o homem soluça...

Soluça, soluça...

O vento segue assobiando pelas frestas

Novo arrepio

Ele ainda soluça e segue soluçando

Enquanto procura pelo cheiro do amor

[vivido.


-- O amor vivido não se perde,

As experiências da vida nos fortalececem

O amor que nasce não morre,

Apenas dorme no peito em posição fetal

O corpo chora, a alma grita pela presença

A música consola...


--Hoje a noite

Enquanto tomo uma cerveja

Na mesa de uma biroska

Em frente a balsa

Registro os poemas que trocamos dias atrás

Quero lembrar de momentos tão sublimes que vivemos.

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